quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Amantes

Cena Casal em um bar. Os dois conversando intimamente quando o Homem avista alguma coisa.
H: Puta que Pariu (tentando meio que se esconder)
M: Que foi amor?
H: Nada, não...
M: Como nada? Algo aconteceu...
H: Foi apenas uma pessoa que eu vi... (tentando se esconder)
M: Que pessoa é essa?
H: Porra Claudinha, minha amante, se ela tiver aqui comigo isso vai dar uma merda...
M: Como assim Rodolfo? Que porra é essa de amante...
H: Ué minha amante, não sabe o que é?
M: Rodolfo eu sei muito bem o que é? Mas que porra é essa de ter amante?
H: Porra Claudinha, fala baixo, quer que ela veja a gente aqui e comece um escândalo?
 M: Vc só pode estar de sacanagem comigo.
H: Não Claudinha, sacanagem eu faço com ela, com vc eu sou casado esqueceu....
M: Rodolfo, há quanto tempo vc está com essa piranha?
H: Tem uns cinco meses, e ela não pode saber que eu to aqui com vc...
M: Mas eu estou casada com vc à seis anos...
H: Então, o nosso caso é até que a morte nos separe pelo que o Padre falou, e por enquanto ninguém morreu, com ela eu não tenho esse compromisso todo, se ela me pega com vc vai da merda
M: (Mulher avista alguém também) Se bem que é melhor irmos embora mesmo...
H: Pq?
M: Nada...
H: Como assim nada Claudinha?
M: é que eu avistei um cara da academia aqui, e se ele me vir com vc vai dar merda Tb...

Saem os dois querendo se disfarçar e se esconder.

Hipotéticamente

Hipotéticamente, qual vc faria?

domingo, 24 de novembro de 2013

AÇO

No calor de um abraço, um arrepio de um braço,
Dia após dia, passo após passo.
Na infância um afago, na adolescência um amasso,
Idade chega, o primeiro a reclamar de um baço.
No sorriso um traço,de um desejo que caço,
Sonho impossível que pede, eu ainda faço.
Parecia despedida, mais um fracasso .
Almas perdidas, corpo sem laço.
Na hora da calmaria nervos de aço,
Juventude perdida, lá se vai um cabaço.
No circo da vida, sou mais um palhaço,
Que sorri da agonia e do choro me refaço.
No cinema do mundo não seria um filmaço,
Nem Chaplim um vagabundo, nem Bruce Wayne um ricaço.
Na morte um tiro, no peito um balaço,
Convocado por Deus, mas é do Diabo o Golaço.
Rima após Rima, compasso à compasso.

Acendo mais um cigarro, e acabou o meu maço.

Bilhete errado

-Onde eu estou?
-Calma, vc precisa relaxar...
-Como assim relaxar, quero saber agora onde estou.
-Do que vc se se lembra pela ultima vez.
-De sentir uma forte dor e não sentir mais nada.
- Esta doendo ainda?
-Acho que não.
-Que bom, que bom!
-Não estou achando nada bom, quarta-feira tenho ingresso comprado pro jogo e estou aqui sem nem saber onde estou.
-Acho que vc não vai poder ir no jogo.
- Nem brinca comigo, gastei um dinheirão pra ir nesse jogo.
-Vc não desconfia mesmo onde vc está?
-Estou começando a desconfiar.
-Pois é, é aqui mesmo.
-Putz, que merda...
-Calma, vc vai pra um lugar melhor.
- O Problema não é só esse.
- O que foi.
-Tinha algumas coisas pra resolver...
-Todos sempre tem.
-Imagino, mas a minha era importante mesmo...
- Não precisa se preocupar mais com isso.
- Uma pena.
-Pois é, todos querem se despedir de seus entes.
-Não era nada disso.
-O que pode ser mais importante que isso.
- Eu tinha todo um dossiê pra desmascarar o Cabral, até aonde o Amarildo está.
-Bem, o Amarildo está aqui conosco.
-Isso eu sei, mas a eleição ano que vêm eu tinha tudo pra acabar com o Cabral. Provas contra Garotinho e tudo mais.
- Mas o supervisor não me passou nada disso.
- Poxa que pena, acho que seria um bem.
- Os planos divinos não se discute, vamos embora Oswaldo?
-Oswaldo? Meu nome é Raphael.
-Putz, que merda....

Até o último peão

Dois velhos conhecidos, de muitos anos, estão ali frente a frente, em um encontro até formal, em um ambiente neutro, na verdade não há quase nada no ambiente, pra ser mais específico o ambiente era o nada, mas mesmo no nada havia uma mesa com duas cadeiras, estavam ali para um jogo que dedicaria tempo e paciência, coisa que os dois tinham de sobra. Era uma partida de xadrez. Agora se era um acerto de contas, uma negociação ou apenas mais uma dualidade entre os dois não se sabe ao certo.
  Lúcifer é o primeiro a quebrar o silêncio:
- Creio que você irá escolher as peças brancas?!
Deus sorriu carinhosamente e disse:
- Bem se você não se lembra, eu criei o preto também! Assim como criei você. Faço questão que você escolha...
- Certo, então vamos manter os estereótipos... Ficarei com as peças pretas e você com as brancas... E tal assim como o “criador” você começa...
- Como quiser...
- Como o “Senhor” é o criador de tudo, deve saber que no xadrez existem precisamente 169.518.829.100.544 quatrilhões de maneiras de jogar os dez primeiros lances.
- Assim como a vida, não acha?
Diz Deus dando o primeiro movimento em um peão.
-Você acredita realmente que você dá tantas escolhas assim para aqueles que você criou?
- Não exatamente este número, pois eu dou algo infinito chamado Livre Arbitro .
-Hahahaha, você e essa sua ideia de livre arbitro... Você acha mesmo que um famigerado tem o mesmo livre arbitro de um burguês??
- Tenho certeza, pois quantos famigerados moram em meu reino e quantos burgueses moram sob sua jurisdição?  Você mesmo, minha criação, entre todas uma das primeiras, escolheu seu próprio caminho.
- Então talvez porque o Senhor não saiba criar tão bem assim... (Disse movendo seu cavalo negro pelo tabuleiro)
- Bem aí concordamos em discordar, pois a criação é tão perfeita com este princípio básico do Livre arbitro que podem escolher entre me amar ou não, mesmo não cabendo a mim mesmo esse livre arbitro, pois tudo e todos que criei não tenho a mesma reciprocidade, eu vou amar, tenho que amar.
- Daí está o seu erro, esperar um amor que muitas das vezes não é correspondido.
- Não espero fé, nem devoção, apenas que amem o que criei... Amando as minhas criaturas já sinto que esse amor é direcionado a mim. ( movendo um bispo pelo tabuleiro)
-E você ainda acredita nesse amor deles? (com seu cavalo matou um peão)
- Tenho que acreditar. (com a voz um pouco triste vê seu peão saindo do tabuleiro)
- Esta triste por um peão? Não sabia que você era tão competitivo.
- Saiba que pra mim um peão tem a mesma importância de um Bispo, uma Rainha ou até mesmo um Rei.
- Lá vêm você com suas metáforas...
- Mas às vezes precisamos fazer sacrifícios... (com sua rainha matou o cavalo)
- Ah, não vai me contar mais uma vez aquela historia do seu filho???
- Não precisa, você estava lá...
- Hehe, verdade, ali vi o seu Peão cair, o que foi aquilo um Xeque meu??
- Talvez, mas Xeque não termina jogo, pois no terceiro dia ele se levantou e deixou de ser Peão para se tornar um Rei, Xeque-Mate meu?
- Será que um dia esse nosso jogo vai terminar?
- Espero que sim, mas tenho medo que não haja vencedores...
- Só de você não ganhar já me sentiria um vitorioso.
- Justo, mas ainda tenho muitos peões ( disse sorrindo e com seu peão branco atacando um peão preto)
- Eu gosto muito desse jogo pois me lembra muito você (disse movendo um peão)
-Como assim?!
 -No Xadrez quantas peças são sacrificadas para defender um Rei?? Quanto já não se morreu em seu nome?
- Verdade, e esse grande equívoco é uma das coisas que mais me incomoda... Usam muito meu nome de forma errônea, construindo impérios religiosos, muitas das vezes proferindo mais ódio do que amor...
- Isso me diverte! Em alguns impérios desses falam mais em meu nome do que no seu, hahaha, acho até que eu poderia presidir uma comissão de direitos humanos, ou quem sabe entrar em um próximo conclave ( com sua torre elimina um bispo)
- O grande engano deles é acharem que estão levando minhas palavras, enquanto não levam minhas atitudes. Palavras o vento carrega, atitudes ficam pra eternidade.
- Eternidade, talvez esse seja o nosso fardo...
- Ao contrario, essa é a benção... Nos dá tempo de errar e nos redimir, e também de perdoar...
- Você e essa sua ideia de perdão... (movendo a torre que atacou o bispo)
- Perdoar sim, mas também sendo justos, todos temos que pagar um preço ( com o cavalo elimina a torre preta) E a eternidade nos dá esse tempo de reparação.
- Olho por Olho, Dente por Dente?
- Não, ódio por amor.
-Bobagem, eles nunca vão entender esse seu jogo (avança com a rainha)
- Não vejo como um jogo, mas é um ponto de vista interessante.
- Tudo é um jogo, sempre há dualidade, bem contra o mal, fortes contra fracos, poder contra povo, nós dois sentados aqui é a personificação perfeita disso.
- Pode até ser, mas quantas vezes já não vimos fortes ajudarem fracos, povos derrubando poder, e muitas vezes um “bem servindo ao “mal”.  (movimenta seu rei)
- Acho seu argumento um pouco evasivo.
- Não espero que você entenda tudo mesmo. (avança com sua torre)
- Pois devo admitir minhas duvidas em relação a você... como essa jogada mesmo (com a rainha elimina a torre branca)
- Pois ainda há mistérios do Universo, coisas que não precisamos entender e apenas sentir. (movimenta mais um peão)
- Tipo? (movimenta seu Rei)
- O amor. ( movimenta a rainha branca eliminando a rainha negra)
- Não acredito nesse amor todo, você seria capaz de me amar mesmo depois de tudo que já fiz? (com seu rei elimina a rainha branca)
- Não apenas seria, como deveria, seria a melhor forma do bem vencer o mal. Xeque.
- Não sei se seria capaz de amar você.
- Uma pena! (movimenta seu cavalo branco)
-Por que? (movimenta mais um peão)

- Porque o amor sempre vence... (com seu peão cerca o Rei negro) Xeque-Mate.

sábado, 23 de novembro de 2013

Eu já morei em Nictheroy


Esse Texto fiz no ano passado, e postei novamente esse ano, e vi que mais de 80 pessoas compartilharam, resolvi postar aqui no blog pra ficar registrado...



Eu já morei em Nictheroy...
Sim já morei nessa cidade, hoje infelizmente os tempos são outros, quando morei nessa cidade tomava sorvete no “Sem Nome”. Ia ao cinema em Icaraí, Central, galeria. Entrava no Plazza pela Mesbla. Ouvia falar do trampolim em Icaraí mas só dava pra pular na pedra da Baleia.
 Não existia “BAIXO” nenhum, era tudo no “Saco”, da “Vadcury” até a Rua das Pedras. Só quem entrava na “Cuibiza” era o primo mais velho, mas anos depois veio a Madame Kaos e o Bhartô com suas Matinês pra salvar a garotada. Long Night era até a meia-noite, Festa do sinal tinha adesivo, do blackout apagava-se as luzes... E para muitos talvez a melhor festa de todas no Levi Longe, o Levi Fantasy. Forró do biquine no Levirgilio. Pra curtir pagode tinha Don Roalle, Le Mustashe. Lamberóbica no Coquetel, em camboinhas no Mazza. Funck no Marquinho do Roque ou no Café Nogento... quero dizer Rodeio. Na Cantareira era maconha e reggae no asfalto, a maconha tem até hj, mas digamos que as coisas lá andam mais coloridas. Bin Laden era ao lado do DCE .Existiam shows e chopadas, do Canto do Rio ao Campinter Club. Furávamos festas de 15 anos do Country ao Naval.
A maioria estudava em colégio católico, mas quem repetisse ou fosse expulso acabava no GPI, Acadêmico, Argumento... E os que não tinham mais jeito terminavam no SES.
Quem morava no Fonseca era do Bronx. Pendotiba era longe, R.O só pra ir a praia. A metade nem sabia onde era o Bumba até a tragédia.
Marcávamos encontro na praia de Icaraí pelo MIRC, ou pela linha cruzada no telefone.
Vi o Mc’Donalds de Icaraí virar febre quando abriu e pagava apenas R$4,50 uma promoção do Big Mac, e vi o do Multicenter fechar.
Não se fugia de Lei Seca na Cachoeira. E voltávamos do Rio de madrugada pelas Barcas.
A passagem era DE 55 CENTAVOS.
De quatro em quatro anos ouvíamos alguém dizer que faria um túnel ligando Charitas ao Cafubá.  
Assistíamos peças no Teatro da UFF.
Era possível encontrar casas em Icaraí, e nenhum prédio na R.O.  
Víamos a Viradouro desfilar todo ano no desfile das Campeãs.
Assistia jogos da copa em telão em Icaraí.
Namorávamos no Parque da Cidade.
Bay Market sempre foi ruim.
Tinha Sendas no Ingá, pra comprar na madrugada.
Não íamos para o Centro e sim para “lá em baixo em Niterói”. (quem vai pra R.O sobe, centro desce)
Não existia UPP no Rio, não tinha tantos bandidos por nossa cidade.
Assistíamos jogos no Caio Martins, nem que fosse pra rir do Botafogo.


Tenho saudades de Morar nessa cidade.

Hora de mandar pro Carvalho

Criei essa joça aqui pra poder compartilhar alguns pensamentos, textos e qualquer coisa mais que eu queira e que não fique restrito apenas ao mundo de Mark Zuckerberg... Então é isso, pra que vcs possam acompanhar uma mente pouco pensante, porém inquietante... Por que têm hora que da vontade de mandar tudo pro Carvalho